Tensa como as cordas de um violino

A escritora Maura Lopes Cançado (1929-1993), nascida em São Gonçalo do Abaeté-MG, inaugura a escrita autobiográfica de autoria feminina louca na literatura brasileira. Em sua obra Hospício é deus – diário I, publicada 1965, destaca-se rubrica da loucura, constituindo-se assim letra descentrada arena literária contexto publicação. Circunscrita tanto no campo conhecimento histórico como área criação artística, se revela uma singular experiência escrever-existir, fruto vida atropelada pela violência social, moral e psiquiátrica. Nessa perspectiva, sob ótica crítica Blanchot (2005), Deleuze (1997) entre outros, esse texto problematiza o emblemático dessa autora mineira, compreendendo-o potência enquanto ‘dobra sobre si mesmo’, indicando que modo personagem implicam, compõem-se expressam percepções relação ao real à ordem constituída.